quarta-feira, 4 de novembro de 2009



É muito comum conhecermos músicos com muito, pouco ou nenhum sucesso, que tenham passado por dificuldades na carreira -no começo ou em algum período- por não se preparar para algo alternativo, paralelo, que possa garantir uma certa estabilidade enquanto o objetivo principal, a carreira de músico, não aconteça. Esse acontecer é algo que pode levar tempo, dependendo da pessoa, a vida toda. Nesse caso, poderíamos até comparar determinados artistas com os jogadores de futebol- só para dar um exemplo mais dentro da realidade brasileira- que não se prepara, não cria uma estrutura sólida para a chegada da hora de pendurar as chuteiras.Antes de ser o vocalista do Cidade Negra, Toni Garrido foi também líder da extinta Banda Bel, um grupo que atualizava o suingue benjoriano. Quando o então vocalista do Cidade Negra, Rás Bernardo, saiu do grupo, Toni foi convocado para substituí-lo. A partir de sua entrada, o Cidade enveredou por um perfil mais pop, estourando músicas como “Aonde Você Mora”. Além disso, Toni também se arriscou no cinema, sendo protagonista do longa “Orfeu No Carnaval” e como apresentador, ficando a frente, junto com Angélica, do reality show musical Fama, da TV Globo.As multifaces de Toni como pessoa pública não são novidades no meio artístico, muitos já o fizeram. Mas, o que fez o vocalista do Cidade Negra ser um pouco diferente dos músicos tradicionais foi a preocupação em ter uma profissão não ligada à música para poder garantir sua sobrevivência em caso de necessidade. “ Sou o mesmo cara, vivendo as profissões na hora que tem que ser. Até um momento fui professor de educação física e fisioterapeuta e já fazia som. Em determinado momento não deu para conciliar as duas coisas e ai eu tive que optar por uma coisa só, mas sou fisioterapeuta. Eu fiz questão de me formar até para poder me defender, segurar minha onda. Não poderia pensar viver só de música. Hoje eu vivo da música, graças a Deus.” Além disso, a religiosidade sempre esteve presente na vida de Toni. O cantor era freqüentador assíduo dos encontros de jovem na Igreja da Divina Providência, no Jardim Botânico. “Lá eu fazia um som na paz. Igreja sempre foi muito bom de tocar, a energia, o som que rola na igreja é muito legal”, revela ele.Provando que o sucesso do Cidade Negra não o fez deixar de lado esse aspecto religioso, nem esquecer as raízes, o grupo traz no seu mais novo trabalho, “Perto de Deus”, um reggae mais puro que nunca e com um “q” de espiritualidade. “O trabalho está maravilhoso, muito legal. Como todo trabalho novo, queremos que as pessoas conheçam o álbum. Só se divulga um novo trabalho tocando. Somos uma banda de estrada mesmo, não tem jeito, a gente é viciado mesmo. Tem que estar concentrado para fazer um cd de reggae puro, ter tranqüilidade. Você também precisa estar antenado e muito ligado, fazendo sempre mais sincero, mais novo e mais verdadeiro.Se tiver esse segredo,vai ser sempre bem aceito pelas pessoas que têm que aceitar, as pessoas que se identificarem vão aceitar aquilo como verdade”, decreta Toni.

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